Segundo a Psicanálise expressamos nossos desejos, de forma simbólica, quando sonhamos, mas também quando brincamos. E não só nossos desejos, mas também nossas aflições, anseios e frustrações, nossas experiências em geral. Assim, as crianças podem repetir incansavelmente um tipo de brincadeira quando se sentem ameaçadas ou tristes com algo ocorrido em suas vidas ou algo presenciado em seu cotidiano (CARVALHO, 2009, p.32).
Carvalho (2009, p. 36-40) fala sobre o conceito que Piaget propõe entre o jogo/brincadeira, que está em sua teoria conhecida como Construtivismo, utilizada para se entender como o os seres humanos constroem o conhecimento. Esse ciclo de acomodação, assimilação e adaptação se constitui como um jogo, o jogo do saber, do construir saberes. Com esse ponto de vista podemos ver mais claramente a brincadeira como não intencional, natural e formadora do ser.
Olhando pelo aspecto construtivista temos nas brincadeiras uma melhor forma de aprender, de construir. Como elas são naturais do ser e bem aceitas pelas crianças, podemos utiliza-las de modo a contribuir no processo ensino aprendizagem, tornando-o não só mais agradável, mas também mais fácil de desenvolver, tanto para docentes como para discentes.
É muito comum um professor de matemática aplicar jogos de lógica em suas aulas. Na própria iniciação a matemática temos os trabalhos com cubos lógicos ou dominós, e que a principio as crianças só brincam, sem relacionarem aquilo a um novo saber ou a uma nova forma de adquirir saber. E essas brincadeiras não auxiliam só na matemática. No português temos as cruzadinhas, blocos de letras, batalha naval, forca. Nas ciências podemos utilizar do jogo do sete erros, na geografia os caça-palavras, quebra-cabeça de mapas. As brincadeiras também auxiliam professores a treinar a coordenação motora, o equilíbrio, a obediência às ordens, o respeito às normas, o respeito aos parceiros de jogo e ao organizador, a disciplina, a atenção aos comandos, a capacidade de decisão, a liderança entre outros
Referência:
CARVALHO, Alysson [et al] organizadores. Concepção do Brincar na Psicologia. In: ______ Brincar(es). 1ª ed. atualizada – Belo Horizonte: Editora UFMG; Pró-Reitoria de Extensão/UFMG, 2009, cap. 2, p. 29-50.
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